Se você gosta de café e é curioso sobre o assunto, já deve ter ouvido falar de café 100% arábica e café conilon, mas você sabe exatamente o que são esses grãos? Se um café não é 100% arábica é o que, então? Aliás, café é tudo a mesma coisa?
Para responder essas questões, vamos entender um pouco mais sobre o cafeeiro e o que cada espécie tem de especial e traz de benefício ao seu cafezinho.
O Café é pertencente à família das Rubiaceae, do gênero Coffea. Das centenas de espécies existentes, apenas duas arcam com o imenso prestígio de 2ª commodity mais comercializada no mundo: Café Arábica e Café Robusta (Canephora).
O Café arábica é a principal espécie, mais produzida, comercializada e valorizada no mundo, principalmente pelas suas características sensoriais que tanto nos encantam.
O Café canéfora, comumente chamado de Robusta, tem na variedade conilon – principal representante aqui no Brasil. Suas características sensoriais são menos intensas que no arábica. Por outro lado, tem mais cafeína e ácidos clorogênicos (antioxidantes), sendo também uma planta mais resistente às diversidades hídricas. O café conilon tem mais sólidos solúveis (a quantidade de compostos que podem ser extraídos e ficam dissolvidos na água) e faz com que seja majoritariamente usado na indústria de café solúvel. Sua composição também favorece a formação da espuma e a sensação de encorpado em alguns blends de café espresso.
Café Arábica e Robusta: cada um com suas características
Como cada um tem suas próprias características, é bastante comum a formulação de blends (misturas entre variedades e espécies) de acordo com o resultado esperado para cada tipo de bebida.
Mas, podemos dizer que um é melhor que o outro? Isso depende, pois essa comparação só seria justa se considerássemos as duas espécies produzidas e processadas da forma mais adequada possível. Assim a escolha poderia ser técnica (melhor para solúvel, por exemplo) ou sensorial (café com aroma e sabor mais intensos). O café arábica de alta qualidade, pelas características sensoriais, tem maior valor comercial que um robusta também de alta qualidade. Mas é possível encontrar conilon de alta qualidade bem mais caro que arábicas de qualidade mais baixa. Isso não depende das características intrínsecas da planta, mas sim do seu cultivo e processamento pós colheita. Esses dois últimos fatores, são os grandes responsáveis pelas variações de qualidade, características sensoriais e, consequentemente, preço do café.
Café é tudo igual?
Assim, respondendo às questões iniciais:
Se um café não é 100% arábica, ele deve ser um blend entre arábica e conilon, mas ambos precisam ser de boa qualidade, para garantir o aroma e o sabor apreciados na bebida. Normalmente, até 20% de café conilon num blend, pouco altera a percepção sensorial do aroma e sabor do arábica.
Portanto, não, café não é tudo igual! Mais do que as espécies e variedades, a qualidade no cultivo e processamento dos grãos são fundamentais para a extração de uma boa bebida!
E isso, nós do Café Carneiro, garantimos a você!
Entenda algumas das diferenças entre o café arábica e o robusta:
Tabela: Comparação entre café arábica e café robusta.
Parâmetros | ARÁBICA | ROBUSTA/Conillon | |
Produção | Produção mundial exportável | 75% | 25% |
Principais países produtores | Brasil, Colômbia, México, Quênia | Brasil, Vietnã, Indonésia, Costa do Marfim | |
Características da planta | Tamanho do arbusto (m) | 2,5 – 4,5 | 4,5 – 6,5 |
Folhas | Pequenas ovais | Grandes, mais claras | |
Flores | Pequenas | Grandes | |
Formato da semente | Ovalada | Arredondada | |
Tamanho da semente (mm) | 5 – 13 | 4 – 8 | |
Clima Ideal | Temperado (19 – 22oC) | Equatorial (22 – 26oC) | |
Altitude (m) | 600 – 2200 | 0 – 800 | |
Principais diferenças na composição do grão (% base seca*) | Cafeína | 1,2 | 2,2 |
Carboidratos | 58,9 | 60,8 | |
Ácidos clorogênicos | 6,5 | 10,0 | |
Lipídios | 16,0 | 10,0 | |
Minerais | 4,2 | 4,4 | |
Características sensoriais | Aroma e Sabor | Aroma e sabor mais intensos, Amargor e acidez balanceados
Notas achocolatadas, amendoadas, frutais e de melaço |
Aroma e sabor mais suaves
Mais amargo e menos ácido Notas amadeiradas e terrosas que lembram alguns cereais |
*descontando o percentual de umidade do grão
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Fontes:
ILLY, A.; VIANI, R. Espresso Coffee – The Chemistry of Quality. Academic Press Limited, London, 3rd. 1998.
MATIELLO, J. B. O café: do cultivo ao consumo. Coleção do Agricultor (Grãos). São Paulo: Globo, 1991.